Uma perspectiva decolonial para o design no Brasil

Lançamento

Uma perspectiva decolonial para o design no Brasil: Design, eurocentrismo e desenvolvimento

Júlio C. T. Okabayashi

R$ 39.90

Este é o primeiro livro publicado pela Editora Sabiá e não poderia ser diferente. Um livro para fazer história, mas também para repensarmos a história do ensino e prática do design no Brasil. É deste modo que o livro de Júlio Okabayashi se entrelaça com a história da editora, num ímpeto de dar espaço e voz a outras narrativas.

Uma perspectiva decolonial para o design no Brasil questiona o nosso modo de pensar e ensinar o design, a partir de autoras e autores que ainda são raramente apresentados durante os cursos de graduação. Pretas e pretos, latinas e latinos, africanas e africanos, povos originários, designers, pensadoras e pensadores do campo. Aquelas e aqueles que ousaram mostrar que existem outras histórias que não apenas as eurocêntricas.

Júlio nos convida a reconhecer nossa posição de colonizados em uma narrativa clara e convidativa. Didática, ao passo que também instigativa, sem medo do desconforto e do estranhamento, que só se apresentam porque formos treinados, doutrinados, a olhar as coisas a partir de uma dada perspectiva, que não a nossa própria. Este reconhecimento de outras formas de fazer é fundamental para que possamos entender o design de modo não limitado e limitante a certos modelos, métodos e materializações, mas como atividade intrinsecamente humana.

É um livro para se ler e reler com o devido tempo. Para incitar a reflexão e desconstruir modelos dados. Neste sentido, o livro de Júlio também muda a história da editora, que inicialmente nasceu com o objetivo de ser 100% digital. Resgatemos o tempo da contemplação, para criarmos outras narrativas, mais do que necessárias.

O isolamento da razão no indivíduo “pensante” é artificial e ilusório. (...) Os conceitos que busco costurar aqui fazem parte da tentativa múltipla de entender o mundo e a mim mesmo. Escobar nos diz que a escolha “puramente racional” é também uma decisão emocional; assim, a racionalidade com que me propus a tratar deste tema é também uma escolha emocional, é afetiva. Ao mesmo tempo, Ani denuncia o quanto a racionalização e a padronização de tudo dá prazer ao espírito da euromodernidade. Assim, o ato de abraçar a afetividade, renunciar ao racionalismo padronizante e prepotente, ao modernismo, ao eurocentrismo, ao desenvolvimentismo, ao industrialismo e à colonização é puramente emocional. Faz parte de uma inquietação coletiva de mais de 500 anos.

Júlio C. T. Okabayashi